Por Camila Gusmão e Juraci Denoni
A pandemia do Covid-19 tem mudado a rotina do comércio em Rondon do Pará. Diversos decretos, tanto estaduais como municipais, têm sido publicados norteando medidas de isolamento social como horário de atendimento reduzido das lojas e fechamento de serviços não essenciais que causam aglomeração. Isso tem feito com que alguns estabelecimentos como lojas de roupas, materiais para construção e supermercados, tenham que se adequar à nova forma atendimento ao cliente, muitas vezes com entrega em casa.
A proprietária de uma loja de matérias para construção, Claudiane de Paula Moraes, diz que o momento é difícil, completamente diferente de tudo que já passou. O estabelecimento está seguindo as recomendações e orientando os clientes. “Mudamos toda a nossa rotina, a prevenção hoje é a principal preocupação de todos que aqui trabalha. Colocamos pia na entrada, álcool em gel distribuídos por toda a loja, a conscientização do uso da máscara para proteger a equipe e clientes.”
Já a gerente de uma loja de roupas, Edivânia Vieira, diz que está muito difícil de trabalhar porque muitas pessoas ainda não estão conscientes da gravidade da situação, no entanto a loja está bastante prevenida. “Estamos atendendo os clientes com a maior prevenção possível, tentando levar o comércio diário, pois não é fácil diante dessa pandemia que estamos passando. O comércio na área de roupas anda bastante fraco. Com isso, estamos atendendo no período das 8h às 14h, de acordo com o decreto municipal, e tentando vender o máximo possível para cada cliente que entra na loja para não ficarmos ainda mais na crise que nosso país está vivenciando”.
Segundo Clarete Moreira, autônoma, que sai todos os dia para trabalhar, está sendo difícil lidar com o isolamento social, mas só sai de casa por necessidade, já que não pode deixar de trabalhar. “Estou tomando minhas medidas de prevenção torcendo para que isso passe logo. Sobre o decreto do município achei maravilhoso, para que as pessoas fiquem realmente dentro de casa sem precisão de sair na rua. Antes tinha muita gente na rua sem máscara, agora diminuiu bastante, deveriam ter feito isso desde o começo. Se isso tivesse acontecido antes tinha evitado muita coisa. Já no comércio onde vou oferecem álcool em gel para as mãos e conscientizam usar a máscara”.
Academias
Desde o início do isolamento social, em março, as academias estão fechadas por meio de um decreto estadual. Ainda que a medida seja justificada, acaba causando prejuízos econômicos aos profissionais e estabelecimentos. Segundo Daniela Lopes, proprietária de uma academia no município, o pagamento dos funcionários está garantido com a ajuda que vem recebendo do governo, mas outras despesas são pagas com os próprios recursos. “Conseguimos ajuda para manter os funcionários com o salário pelos próximos dois meses. O restante das contas, como energia e reformas, tenho que correr atrás pra pagar”, afirma.
Apesar de não existir previsão para o retorno das atividades, vários planos de reabertura já foram elaborados para serem aplicados quando a quarentena for flexibilizada. Enquanto isso, a equipe da academia tem mantido contato com os alunos pelas redes sociais, onde disponibilizam informações sobre saúde e atividades para serem realizadas em casa. “Estamos sempre alertando que o exercício físico é muito importante, principalmente nesse período que a gente tá passando, porque ajuda muito na parte imunológica e no bem estar da pessoa”, comenta Daniela.
Conselho tutelar
As escolas estão fechadas desde março, os alunos estão estudando em casa, por meio virtual e as atividades escolares são enviadas pelas redes sociais. Quanto ao acompanhamento dessas crianças na rotina de estudos, os casos em que houverem faltas injustificadas ou evasão escolar devem ser comunicados ao Conselho Tutelar. Com as crianças longe da escola e passando mais tempo em casa, a conselheira tutelar, Leiliane Jorge, afirma que uma das maiores preocupações que existem é com o relacionamento intrafamiliar, porque a maior parte dos casos de violência acontecem dentro da família, por isso o número de denúncias pode diminuir. “Nesse sentido estamos divulgando em nossas redes sociais o contato onde as pessoas podem fazer denúncias”.
Com relação ao fato das crianças serem levadas a passeios externos, recomendados pelas autoridade para serem evitados, a conselheira afirma que não tem uma participação direta pois é dever da família cuidar das crianças e orientá-las. “Essa questão de orientação dos pais de como conduzir os seus filhos diante da pandemia, eu acredito que cada um, de acordo com o seu conhecimento, vai orientar da melhor forma possível”, declara Leiliane.