Em meio a uma Pandemia, profissionais de saúde e sociedade se mobilizam ao longo do mês de outubro para compartilhar informações e promover conscientização entre as mulheres sobre a importância da prevenção e identificação precoce do câncer de mama. É sobre esse assunto que falaremos hoje!
Criada no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, a campanha Outubro Rosa é marcada internacionalmente por diversos movimentos que visam conscientizar a população feminina sobre o câncer de mama, de modo a favorecer maior acesso aos serviços diagnósticos, tratamento e redução da mortalidade. No Brasil, a alusão foi instituída pela Lei nº 13.733/2018, que assegura a participação anual em ações da campanha, como iluminação de prédios públicos na cor rosa, promoção de palestras, eventos e atividades educativas, veiculação de campanhas de mídia, entre outros.
Todo esse movimento de apoio a causa baseia-se numa elevada estatística desse tipo de câncer em mulheres. Dados dos Registros do Câncer e do Sistema de Mortalidade identificam que em 2020 a incidência estimada de novos casos, conforme a localização primária do tumor para o sexo feminino, é de 66.280 diagnósticos, representando 29,7% de incidência entre todos os outros tipos de câncer nessa população. Quando avaliada a mortalidade, em 2018 registrou-se 17.572 óbitos dessa natureza, representando 16,4% de todas as mortes femininas cujo o câncer tenha sido a causa base.
O câncer surge como resultado de diversas interações, podendo ser proveniente das causas externas (ambiente) ou as causas internas (hormônios, características imunológicas ou ainda mutações genéticas). Esses fatores interagem entre si, dando início a doença. Vale ressaltar que erroneamente muitas mulheres se consideram fora de risco por não terem em sua família um histórico do câncer de mama ou ainda por se considerarem muito jovens para tal condição. Mas a ciência tem evidenciado que cerca de 90% dos casos de câncer em geral, não especificamente o de mama, estão associadas a causas externas, ou seja ao ambiente em que vivemos (água, terra e ar), bem como os hábitos que desenvolvemos ao longo da vida.
A fim de conscientizar sobre a importância de um estilo de vida saudável na prevenção do câncer de mama, esse ano a Sociedade Brasileira de Mastologia lança o movimento “Quanto antes melhor”, chamando a atenção das mulheres para que busquem uma boa alimentação e incluam a atividade física como parte de sua rotina diária.
O câncer de mama, como outras doenças, quanto antes for identificado e tratado, maiores serão as chances de cura. O Ministério da Saúde orienta que a mamografia é o melhor recurso para o rastreio das alterações mamárias, sendo fortemente recomendado como exame de rotina a cada dois anos em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama na faixa etária de 50 a 69 anos. Em mulheres jovens, devido as mamas terem tecidos mais densos à sensibilidade do exame, o resultado pode ser prejudicado e dar falso-negativo ou falso-positivo.
Atualmente, o autoexame das mamas não tem sido recomendado como estratégia de rastreio pois estudos demonstraram baixa efetividade dessa prática. Porém, é importante que a mulher conheça o seu corpo, apalpe e observe possíveis alterações, para que rapidamente busque um serviço de saúde que de forma clínica faça a avaliação das mamas, em geral, enfermeiros e médicos.
Sabemos das dificuldades encontradas para a redução da mortalidade por câncer de mama em nosso país, e romper essas dificuldades vai além do acesso à mamografia de rastreamento. Faz-se necessário melhor estruturação da rede de apoio a essas mulheres e rápida investigação diagnóstica a todas e controle dos fatores de risco. Vale ressaltar a importância de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) garantindo o acesso digno e de qualidade às mulheres brasileiras.
Aproveite essa data e converse sobre esse assunto com as mulheres de seu convívio! E você, mulher, independente da sua idade, cuide-se! Seja zelosa com sua saúde. Prevenir é um ato de amor com seu corpo e com aqueles que te amam!
Links recomendados:
Sociedade Brasileira de Mastologia
Recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer de mama