Após as eleições municipais, um áudio tem circulado afirmando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) constatou indícios de fraude eleitoral nas cidades de Paragominas, Rondon do Pará, Ulianópolis, Dom Eliseu, Abel Figueiredo e Parauapebas. O áudio vem seguido de uma imagem com foto do Juiz Federal Eduardo Cubas, pedindo apoio ao magistrado, que estaria sendo perseguido devido sua intenção de fazer perícia nas urnas eletrônicas.
O TSE não constatou tal ocorrência e o juiz ligado à notícia tampouco está envolvido nas eleições dos municípios citados. Eduardo Cubas está, sim, sendo julgado em um processo envolvendo intenção de checar urnas eletrônicas, mas não tem a ver com o pleito deste ano, ou com o estado do Pará. Trata-se de uma situação disciplinar referente às eleições de 2018. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acredita que Eduardo Cubas agiu de má-fé, na intenção de prejudicar o andamento das eleições em 2018, e acabou por afastá-lo do cargo (devolvido pouco menos de um ano após o fato). O portal do CNJ tem conteúdo afirmando o fato, e a mídia em geral comentou o ocorrido na época, mas nada que indique perseguição. Quanto ao parecer do TSE, nada foi encontrado.
Sendo assim, constata-se que a informação divulgada é completamente falsa. Sobre a medida cautelar acerca de Cubas, tanto o número do processo quanto os detalhes deste encontram-se no próprio site do CNJ. Na página do Conjur é possível encontrar, também, a decisão do juiz Marco Aurélio quanto a devolução do cargo de Eduardo Cubas. É importante lembrar que o TRE-PA se manifestou acerca da confiabilidade das urnas eletrônicas, assim como o TSE afirma que, em 24 anos de uso, nunca foi registrada ocorrência ou comprovação de fraudes.
Checagem de Davi Traspadini e Adrícia Castro
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