O regime democrático do Brasil permite que jovens a partir dos 16 anos exerçam a sua cidadania, com o voto facultativo. Nesse ano de 2022 mais de dois milhões de novos eleitores com a faixa etária de 16 a 18 anos vão comparecer às urnas pela primeira vez em todo o Brasil, no próximo domingo, 2 de outubro, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em Rondon do Pará, cidade com 53.242 mil habitantes, os dados do TSE mostram que 30.500 moradores estão aptos a votar nesta eleição, dos quais 579 são jovens de 16 e 17 anos que tiram o seu título neste ano de 2022 e vão votar pela primeira vez, a maioria do sexo feminino.
A estudante de psicologia Samia Souza irá votar pela primeira vez, mas ainda está indecisa em quem escolher para lhe representar. “Acho importante, como cidadã, exercer meu voto, por isso tirei o meu título neste ano, mas sinto uma certa pressão em ter que escolher alguém para ser minha voz na sociedade como representante político”.
Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 6 milhões de brasileiros podem votar. Por ser obrigatório votar somente a partir dos 18 anos, muitos jovens optam por não tirar o Título de Eleitor.
Para o universitário do curso de Medicina, João Lucas, de 19 anos, tirar o título foi somente um pré-requisito para poder realizar a matrícula na Universidade Estadual do Pará. “Votar é irrelevante quando não se acredita na moralidade e na ética, mas é algo a ser considerado em função da tentativa de defesa institucional das liberdades individuais”, expõe o jovem.
A estudante do primeiro período de Engenharia Florestal, Kawany Cavalcante, de 18 anos, tirou o seu título neste ano de 2022, e está entre os 438 jovens da sua faixa etária que vão votar esse ano, segundo os dados do TSE. “Já escolhi boa parte dos candidatos em quem vou votar, mas não vou mentir, o voto para presidente é uma decisão muito sarcástica para todos os brasileiros. A escolha para presidente está difícil, um candidato é contra algumas ideias que eu sou a favor e o outro já é a favor das que sou contra, é difícil decidir em que escolher, tenho quase a certeza que para presidente o meu voto será nulo”.
A juventude possui um papel fundamental na escolha dos seus representantes políticos, que tem a finalidade de desenvolver políticas públicas durante os quatro anos de mandato. Segundo o professor Jax Nildo Aragão Pinto, doutor na área de Ciências Sociais, os jovens fazem a diferença no processo eleitoral. “O público que anima o processo democrático é a juventude, se eles não acreditam na democracia consequentemente ela enfraquece. É importante que eles tirem o título e comecem a se interessar por informações acerca da política brasileira, e ao mesmo tempo entender que a ordem democrática hoje é um fundamento para uma vida social com liberdade e possibilidades reais”.
Por Thays Almeida e Jussara Alves