Por Mirella Carvalho
Na última quinta-feira (18), em Rondon do Pará, representantes de órgãos responsáveis pela preservação dos direitos de crianças e adolescentes como Conselho de Direito, Conselho Tutelar e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) fizeram uma caminhada tendo como objetivo conscientizar à população sobre a luta contra a exploração e o abuso sexual infantil. Inclusive, o maio laranja é uma iniciativa que busca dar mais visibilidade a essa pauta.
Caminhada pelo combate à exploração sexual de crianças e adolescentes nas ruas de Rondon do Pará. Fotos: Lucas Rodrigues.
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rondon do Pará, Francisco Magalhães, lembra que a luta de combate à violência não pode ser apenas dos órgãos, como o Conselho de Direito e o Conselho Tutelar, de acordo com Magalhães é preciso implantar no município uma política de combate permanente às violações de direitos.
A Apae de Rondon do Pará, associação que faz parte do Conselho presidido por Francisco, apoia o trabalho de conscientização. A diretora institucional da Apae, Juliana Rosa, destaca a importância do trabalho desenvolvido nesses órgãos. “Precisamos conscientizar, precisamos fazer um trabalho. Os números de exploração sexual estão crescendo, então temos que combater, não só hoje, mas durante todo ano”, declarou.
A caminhada tem um papel importante no trabalho de elucidação da população, porém, segundo Erisvaldo Azevedo, conselheiro tutelar de Rondon do Pará, é preciso haver denúncia. “A sociedade ainda está engatinhando nesse processo de denúncia, ela [sociedade] precisa compreender que é a parte mais importante na questão da denúncia e na proteção dos direitos das crianças”, afirmou.
O Centro de Reconhecimento de Assistência Social (CREAS) é responsável pelo atendimento a crianças que tiveram seus direitos violados. A representante desse órgão, Maria Cunha, diz que o CREAS busca fazer um árduo trabalho na luta pela preservação dos direitos infato-juvenis, no entanto, mesmo com as campanhas, palestras e uso das mídias, o trabalho é insuficiente, é necessário que todos se unam para o combate à exploração. “A violência sexual é uma das piores formas de violência, é um trauma a se carregar pela vida inteira”, ressaltou.
A mobilização nacional para o enfrentamento à violência sexual de crianças e adolescentes acontece há 23 anos. A data relembra a morte de Araceli Crespo que, aos 8 anos de idade, foi sequestrada, violentada sexualmente e morta no ano de 1973, em Vitória (ES).
Rondon do Pará conta com três canais de denúncia: o “Disque Direitos Humanos – disque 100”, “Policia Militar – dique 190” e “Conselho tutelar – (94) 99146-0494.