
Por Cristina Costa
Nascida em 1955, na cidade de Chapadinha, no Maranhão, Francisca das Chagas Pereira Costa construiu sua trajetória de vida com muita determinação e vínculo com a terra. Desde jovem, trabalhou em plantações de babaçu, mas precisou deixar sua terra natal em razão de conflitos fundiários. Os fazendeiros ordenaram que queimassem a área onde residia, forçando-a a migrar. Em 1974, ela se estabeleceu em Rondon do Pará e, anos depois, fixou residência em Santa Helena, onde vive até hoje com o marido. Juntos, criaram uma família numerosa, com 14 filhos.
Há mais de três décadas, dona Francisca é uma figura conhecida na feira livre da cidade. Seu trabalho começou nos tempos em que as barracas se espalhavam pela avenida Marechal Rondon, onde atualmente funciona o banco Bradesco. Desde então, a feira tornou-se não apenas sua fonte de sustento, mas também uma extensão de sua identidade.

“Minha vida é na roça e na feira. Toda semana venho da roça para vender o que planto. É feijão, mandioca para fazer farinha, alface, cebola… A gente planta de tudo um pouquinho,” conta dona Francisca, com orgulho do trabalho que mantém há mais de 33 anos.
Para ir à feira, muitas vezes, dona Francisca tinha que levar alguns de seus filhos. O caminho era longo e difícil. Ainda de madrugada, às 3 horas da manhã, todos precisavam se aprontar para sair da roça em direção à cidade. Eles sempre dependiam de um caminhão para buscá-los na roça, o que tornava a rotina ainda mais desafiadora. A semana inteira era dedicada ao trabalho duro na terra, para que, às sextas e sábados, tivessem o que vender e garantir a renda da família. “Não era nada fácil, pois nosso sustento sempre veio dali,” relembra dona Francisca, com a força de quem transformou desafios em conquistas.
Dona Francisca sempre priorizava os estudos de seus filhos, acreditando que a educação era o caminho para um futuro melhor. Por isso, ela optava por deixá-los na cidade, para que pudessem estudar, enquanto permanecia na roça com seu marido, trabalhando arduamente para manter a família. Durante as férias escolares, a rotina se transformava: os filhos voltavam para a roça, onde ajudavam nas plantações e compartilhavam os esforços em família. O sustento da família vem da terra fértil, resultado de muito esforço e sabedoria acumulada ao longo dos anos. Entre colheitas e vendas, Francisca construiu uma história de resiliência e dedicação, sendo exemplo de como o trabalho rural sustenta não apenas famílias, mas também tradições e comunidades inteiras.
Minha mãe guerreira,um exemplo de pessoa para mim obrigado mãe pela sua dedicação comigo com os meus irmãos.mae e pai obrigado por tudo que sou hj devo a vocês dois 💓💓💓💓 amo vcs até meu último suspiro..