Professor da FACOM Diego Marques e alunos da Unifesspa lançam livros sobre investigação dos processos criativos a partir da Esquizoanálise e Semiótica, em Marabá

No próximo dia 30 (segunda-feira), na Biblioteca Municipal de Marabá Orlando Lobo, às 19h, haverá um duplo lançamento de livros idealizados pelo professor da Universidade Federal do Sul e do Sudeste do Pará, Diego Cavalcante, são eles: Semiopsicologia da Diferença & Arte: Semioses Desejantes na Pintura Moderna, escrito em colaboração com alunos do Grupo de Pesquisa em Esquizossemiótica da Unifesspa, formado por estudantes dos cursos de Psicologia e Letras, com contribuições também de alunas da Faculdade de Comunicação; e a obra Esquizossemiótica e Psicologia da Diferença, assinado unicamente pelo professor.

O grupo de pesquisa do primeiro livro tem como objetivo fazer uma análise comparativa entre a esquizoanálise, desenvolvida pelos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari, e a semiótica do pensador Charles Peirce. Essas reflexões exploram, em diferentes contextos, como as pessoas percebem o mundo ao seu redor, suas formas de pensar e sentir, as relações que estabelecem e também as ideias relacionadas às artes.

O professor Diego Marques explica o processo da escrita do livro, desenvolvido de forma coletiva, e como os alunos foram inseridos na dinâmica. “Cada integrante do grupo escolheu um pintor para analisar do ponto de vista dessa esquizossemiótica e como esses pintores inventam novas formas de existência a partir da arte. Então, cada participante usou essa metodologia para fazer a análise desses quadros, e daí quando você vai para a parte científica, analítica, a gente chama de semiopsicologia da diferença, que a gente está analisando a mente, a psicologia, a partir do signo”, ressalta.

A semiótica explora como o significado se manifesta nas diversas formas de expressão cultural. No universo da arte, auxilia a desvendar os simbolismos próprios de uma obra, trazendo à tona interpretações que transcendem o óbvio. Não se limita a analisar figuras, mas busca compreender seu impacto, sua mensagem e sua influência sobre a sociedade. Ao ser usada na arte, a semiótica expande a possibilidade humana de observar os métodos de criação, permitindo examinar como os sinais visuais interagem em sistemas de significado que se conectam com o contexto social, a beleza e a individualidade.

A participação das alunas da Facom, Cristina Portela e Thays Almeida, surgiu a partir de um trabalho final da disciplina Estética da Comunicação, no quinto semestre do curso. A proposta exigia a produção de um artigo com base na análise semiótica de obras de pintores, como Salvador Dalí e Romero Britto. A dupla se destacou ao escolher o pintor japonês Katsushika Hokusai como objeto de estudo, o que lhes rendeu o convite para integrar a publicação ao lado do grupo de pesquisa. Para Cristina, a experiência de escrever o primeiro artigo foi também a chance de aplicar, na prática, os conteúdos vistos em sala. Ela destaca o entusiasmo de participar do projeto e dividir essa conquista com a colega. “Todo o processo foi bastante desafiador e, ao mesmo tempo, muito enriquecedor. Fazer parte do livro foi uma conquista importante na nossa trajetória acadêmica e, com isso, voltamos a nos dedicar às pesquisas para concluir esse trabalho com ainda mais empenho”, pondera. O livro também contém um capítulo escrito pela aluna da Facom, Maria Eduarda Dias, enquanto bolsista do Grupo de Pesquisa. Ela propôs uma análise semiótica a partir das obras da artista brasileira, Anita Malfatti.

O lançamento reunirá integrantes do grupo de pesquisa para um bate-papo com o público sobre as obras. A programação é gratuita e aberta à comunidade. Todo o dinheiro arrecadado com a venda dos livros será revertido para custear a hospedagem dos alunos integrantes do Grupo de Pesquisa no Encontro Nacional de Psicologia Social (Enabrapso) que acontece no mês de setembro na Universidade Federal do Amazonas.

TEXTO: KAUÃ FHILLIPE
IMAGENS: ACERVO PESSOAL