Por Jussara Alves
Em 19 de abril é comemorado o Dia do Índio no Brasil. A data, que é celebrada todos os anos, faz alusão a cultura e tradições dos povos indígenas, tendo como intenção cultivar e relembrar diversos hábitos que são importantes para a formação sócio-cultural do nosso país, além de discutir questões que são determinantes para os povos.
Segundo dados divulgado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2018, a população indígena no Brasil era de aproximadamente 818 mil, representando 0,4% da população do país. A região Norte é a que apresenta maior contingente, com mais de 300 mil indígenas.
Os povos indígenas brasileiros sofreram diversos ataques durantes anos, seja a seu território ou a sua cultura. A questão da luta por terra é uma das mais lembradas quando se faz referência aos índios do Brasil. Após séculos de lutas, os índios conseguiram habitar áreas demarcadas, e hoje, te proteção por lei.
Além do contingente populacional, um dado importantes sobre os indígenas no Brasil, diz respeito a importância desses povos na preservação da área verde do país. De acordo com pesquisa realizada em 2014 pelo Núcleo de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), as áreas territoriais ocupadas por indígenas o desmatamento do ano de 2000 a 2014 foi de aproximadamente 2%, enquanto que, as demais áreas beira os 19%. Ou seja, as áreas demarcadas como território indígenas são determinantes na preservação das florestas e da biodiversidade no país.
Com o objetivo de discutir questões sobre os povos indígenas, como as mencionadas acima, nos dias 16 e 17 de abril, discentes indígenas e quilombolas do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa) da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), promoveram a Semana de Valorização dos Povos Indígenas. Durante a programação, representantes do Icsa e dos indígenas compuseram uma mesa de discussão para falar sobre a importância da data, dos desafios e conquistas dos povos indígenas ao longo dos anos.
Os inscritos no evento participaram de oficinas, com pinturas indígenas e apresentações, debates e ainda assistiram documentários que logo após a exibição foram debatidos. Rotokwyi Airomkenti, discente do curso de Direito e presidente da Associação dos Discentes Indígenas da Unifesspa, esteve compondo a mesa e falando das dificuldades que enfrenta dentro da universidade, por ser indígena. “Os desafios são muitos. Fala muito de ação afirmativa, mas não é só trazer o indígena para a universidade e pronto, tem todo um processo. Tem o apoio ao discente indígena, e agradecemos muito pela oportunidade, por conta que é um desafio muito grande para nós que falamos outra língua, e chegamos aqui e deparamos com o português, entre outros desafios. Com a associação tem sido possível ofertar o apoio e contribuí com a chegada e permanência dos indígenas na faculdade”, afirmou.