Certamente você já deve saber que o aumento nas taxas de açúcar no sangue pode gerar problemas a sua saúde. Mas você entende como isso acontece dentro do corpo? Sabe quais hábitos podem evitar essa condição? É sobre o Diabetes Melittus que falaremos na coluna de hoje.
O diabetes é a causa base para muitas outras doenças e o aumento de casos em todo o planeta tem demostrado que as tentativas globais de contensão não têm sido bem-sucedidas. Habitualmente associa-se à dislipidemia (elevação anormal dos níveis de gorduras no sangue), hipertensão arterial e disfunção endotelial (alteração na parede dos vasos). Estima-se que em 2019, 463 milhões de adultos viveram com diabetes e 4,2 milhões morreram em decorrência da doença e de suas complicações.
Dia 14 de novembro é considerado o Dia Mundial do Diabetes, data criada pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em alusão a essa doença que é considerada uma epidemia global e, por alguns autores, uma real pandemia! Esta data foi escolhida por ser o aniversário de Frederick Banting, o médico Canadense que juntamente com o seu colega, Charles Best, conduziu as experiências que levaram à descoberta da insulina em 1921.
Em 2007 esta data passou a ser reconhecida também pelas Nações Unidas, e para compor a campanha lançou-se o símbolo do Dia Mundial da Diabetes, um círculo azul que representa a união e é um símbolo universal de Vida e Saúde. O azul representa a cor do céu que une todas as nações da Terra e é também a cor da bandeira das Nações Unidas. Representa a unidade necessária da comunidade global para responder à ameaça da pandemia de diabetes.
O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico, caracterizado por hiperglicemia (muito açúcar no sangue) e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Decorre de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. Essa enfermidade é dividida em dois tipos. Tipo 1: corresponde a cerca de 10% de todas as pessoas diagnosticadas, caracteriza-se pelo sistema imunológico agredir equivocadamente as células do pâncreas, fazendo com que pouca ou nenhuma insulina seja liberada para o corpo. Dessa forma, a glicose que deveria ser levada pela insulina para dentro da célula, ficará presente no sangue, provocando os malefícios da doença. Essa forma é tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
Já o Tipo 2: atinge cerca de 90% de todos os casos, surge quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia (açúcar no sangue). Mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
Os principais sintomas são:
●Sede excessiva
●Rápida perda de peso
●Fome exagerada
●Cansaço inexplicável
●Muita vontade de urinar
●Má cicatrização
●Visão embaçada
●Falta de interesse e de concentração
Há ainda o DM gestacional, que se desenvolve exclusivamente em mulheres ao longo da gestação, essa condição quase sempre volta à normalidade após o nascimento do bebê de forma natural. O DM exige cuidados por toda a vida, tanto para o paciente, quanto para a família. Ambos precisam tomar uma série de decisões relacionadas ao tratamento: medir a glicemia, tomar medicamentos, exercitar-se regularmente e ajustar os hábitos alimentares. Além disso, pode ser necessário apoio psicológico.
Como as consequências do tratamento são baseadas nas decisões tomadas, é de extrema importância que as pessoas com diabetes recebam educação de qualidade, ajustada às necessidades e fornecidas por profissionais de saúde qualificados. Esse tem sido um grande desafio para países em desenvolvimento, como o Brasil.
O manejo dessa doença na Atenção Básica tende a minimizar as graves consequências da doença, evitando hospitalizações e morte por problemas cardiovasculares e cerebrovasculares, mas principalmente, promovendo educação em saúde a fim de prevenir que mais indivíduos desenvolvam DM. Por isso, usufrua dessa estratégia gratuita promovida pelo SUS, frequente a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência, lá você terá acesso as consultas de enfermagem, nutrição e médica onde será verificado o valor de sua glicemia e se houver alteração, será investigado.
Lembre-se sempre que sua genética não pode ser mais forte que os seus hábitos, por isso busque ter uma alimentação mais natural, movimente-se e faça exames de rotina, especialmente voltados a glicemia, pressão arterial e exames oftalmológicos, pois a hiperglicemia pode ser identificada nesses três rastreamentos diagnósticos.
Link útil: Novembro Diabetes Azul