Dezembro é o mês em que o Ministério da Saúde (MS) ressalta a importância da prevenção e da realização de testes para diagnóstico do HIV/Aids. Estima-se que atualmente cerca de 100 mil brasileiros possuam o vírus, mas ainda não saibam. As ações do SUS têm proporcionado excelentes melhorias ao tratamento e prevenção desta doença e é sobre isso que falaremos nesta coluna.
Estima-se que até o final de 2019, cerca de 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com o HIV e 32,7 milhões de mortes tenham ocorrido por complicações relacionadas à Aids em todo o planeta desde o início da epidemia. No Brasil, o MS afirma que atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV e, dessas, 89% foram diagnosticadas e 77% fazem tratamento com antirretroviral. Neste ano, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral. Em 2018 esse número era de 593.594.
Para a ciência, a fonte dessa infecção em humanos teve início no século XIX, quando caçadores matavam chimpanzés e se alimentavam de sua carne, tendo assim contato com o sangue infectado, se espalhando vagarosamente pela África e posteriormente para todo o planeta. Evidências apontam a existência do vírus na população norte-americana desde a metade dos anos 70.
Certamente você, leitor, conheça essas siglas Aids/HIV, mas talvez não compreenda o que de fato essas palavras representam ou porque em alguns momentos elas são citadas juntas, outrora de forma individualizadas. Pois bem, HIV é a sigla para o vírus da imunodeficiência humana, o vírus por sua vez, pode levar à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), ou seja, a apresentação clínica provocada pelo vírus. Uma vez que tenha tido contato com ele, o organismo humano não consegue elimina-lo e há tratamento, mas até o momento não há previsão de cura.
A transmissão ocorre através de fluídos corporais, relações sexuais desprotegidas, de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação, em transfusões sanguíneas e por compartilhamento de agulhas contaminadas. Nas primeiras duas a seis semanas depois de serem infectadas pelo HIV, algumas pessoas podem apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe, como febre, mal-estar prolongado, gânglios inchados pelo corpo, manchas vermelhas na pele, dor de garganta e dores nas articulações.
Uma vez que os sintomas desaparecem, a pessoa que vive com o HIV pode não sentir mais nada por muito tempo, período conhecido como janela, que varia de 2 a 15 anos. O sistema imunológico se enfraquece e perde a capacidade de combater infecções oportunistas e doenças como a pneumonia, meningite e alguns tipos de câncer que ganham força no organismo desses indivíduos e podem levar à morte. A tuberculose, por exemplo, a cada ano é responsável por um terço das mortes nessa população. Há pessoas que não apresentam nenhum sintoma por muitos anos enquanto o vírus lentamente se replica.
Atualmente o diagnóstico e tratamento podem ser feito pelo SUS, gratuitamente, em todo o país. Este ano a campanha publicitária lançada pelo MS alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids tem como foco a importância do diagnóstico do HIV, com este objetivo apresenta o conceito “HIV/Aids. Se a dúvida acaba, a vida continua”, a ação objetiva mudar na população jovem brasileira a atitude e a percepção da importância da prevenção, teste e tratamento do HIV para evitar a Aids. Ressalta-se que, caso o teste de HIV der positivo, com o tratamento adequado, o HIV pode ficar indetectável no organismo e a pessoa não desenvolve a Aids.
O tratamento é oferecido pelo SUS gratuito, seguro e eficaz. Em 1996, iniciou-se o acesso universal do tratamento para HIV no Brasil, isso incluía desde o início além da terapia antirretroviral (medicações em si), apoio psicológico dentre outros cuidados. Posteriormente, com Departamento de Doenças e Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, passou-se a conduzir uma política de cuidados integrais a essa população que perpassa de medidas preventivas, assistência em saúde, até mesmo a direitos humanos e participação social, tudo vinculado ao MS.
Aproveite mais essa importante campanha promovida pelo SUS e Cuide-se! Na dúvida, faça o teste em uma unidade de saúde mais próxima. Em pouco minutos é possível ter o resultado.
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