Por Jussara Alves
Rondon do Pará recebeu no dia 18 de janeiro 203 doses da Coronovac, a vacina do Instituto Butantan com a Sinovac, e no dia 23 mais 170 doses da AstraZeneca, resultante da parceria da Oxford com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde, Larissa dos Anjos, foi possível vacinar nesta primeira fase 370 profissionais. “Agora foram os trabalhadores da saúde, considerados linha de frente e no exercício das atividades de assistência direta ou indireta”. Foram vacinados os profissionais dos serviços essenciais da saúde e segurança, público e privado. Médicos, enfermeiros, psicólogos, biomédicos, farmacêutico, nutricionistas, técnicos em enfermagem, agentes funerários e demais profissionais da saúde receberam o imunizante. A ideia é que o pessoal que tenha relação com a área da saúde possa continuar prestando esse serviço fundamental, para que ele não seja paralisado. A Secretaria de Saúde não informou os nomes dos vacinados mas divulgou a categoria profissional atendida nessa primeira etapa.
Segundo Larissa, três doses foram perdida, contabilizando assim 370 doses disponibilizadas. “Das 170 doses da AstraZeneca três foram perdida por tempo de abertura do frasco. Foi um dia que choveu muito e a gente não teve como aplicar essa dose”. Esse medicamento tem tempo de validade de oito horas após a abertura do frasco.
O problema agora é receber a outra dose para completar a imunização dessas pessoas. A segunda dose da vacina do Butantan deve ser aplicada em até 28 dias. Ou seja, é necessário que a vacina chegue até semana que vem, dia 15 de fevereiro, em Rondon. Já para a vacina de Oxford/AstraZeneca, esse intervalo pode ser de até três meses.
De acordo com Larissa, a Secretaria Municipal de Saúde tem seguindo o plano de imunização do Ministério da Saúde e a segunda dose ainda não chegou no município. O secretário Municipal de Saúde, Dahú Machado, afirmou que a chegada estava prevista para a semana passada. Por motivo de segurança ele não poderia informar a data certa da vinda do imunizante, mas disse que deve chegar ainda nesta semana para concluir a segunda fase da vacinação nos profissionais da saúde.
Casos de Covid-19 confirmados
O ano de 2020 foi encerrado com 730 casos positivos de covid-19 e 37 óbitos. O mês de janeiro registrou 59 casos confirmados e três óbitos. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde que, diante do comparativo realizado, mostra que mesmo com os trabalhos de conscientização voltados à comunidade, o vírus não deixou de se propagar no município.
Dados dos comparativos dos atendimentos realizados pela Unidade de Síndrome Gripal também apresentam um aumento significante. Enquanto em novembro foram 100 pessoas atendidas, em dezembro esse número subiu para 182 e em janeiro foram 305 atendimentos. É importante frisar que nem todos os atendimentos na Unidade de Síndrome Gripal são casos positivos.
Larissa acredita que um dos fatores que contribuiu para o aumento na procura por atendimentos e no registro de casos positivos foi a flexibilização diante da pandemia. “As questões são óbvias: desde a liberação estadual das medidas de isolamento e proteção, as pessoas ficaram mais despreocupadas em questão da prevenção”.
Divulgação dos dados
Os dados de 2020 já não estão em todas as redes sociais da Prefeitura Municipal de Rondon do Pará. Com a mudança de governo, o perfil do Instagram da gestão anterior foi apagado e um outro perfil criado para a nova composição do executivo. Os boletins divulgados desde o início do ano também não constam nessas mídias. No Instagram estão os boletins divulgados a partir do dia 25 de janeiro. Na página do Facebook, foi possível conseguir as informações desde o dia 19 de janeiro. Mesmo assim, com falha em alguns dias, principalmente fins de semana. “Sábados e domingos não temos consultas, por isso os dados não mudam. O Hospital Municipal fica no atendimento de retaguarda para que não hajam pacientes descobertos de atendimento, apenas a Unidade de Referência em Síndrome Gripal que fecha, o atendimento continua por lá”, explicou Grace Gomes, responsável pelos levantamentos dos dados.
De acordo com Grace, os boletins são atualizados diariamente e são baseados nos atendimentos na Unidade de Síndrome Gripal. “Na rede municipal a gente não testa todo mundo. O Ministério da Saúde mandou um perfil e a testagem é feita em idosos com morbidade para efeito de fechamento de casos, os profissionais da saúde ligados à secretaria, e profissionais de segurança, só com efeito de retorno ao trabalho”. Como o teste demora com o resultado, o médico inicia o tratamento com base nas análises clínicas. A falta de testagem para todas pessoas que apresentam síndrome gripal gera subnotificação dos casos.